Eu e tu, tu e eu

Eu e tu, tu e eu
a amizade é tudo..

terça-feira, 27 de julho de 2010



CURATIVOS PARA UM CORAÇÃO PARTIDO
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Hoje acordei sentindo uma grande dor no peito;
Sentei-me ao pé da cama, coloquei minha mão sobre meu peito, e perguntei ao meu coração:
O que você tem?
Por que está tão inquieto dentro de mim?
Você está doente?
Fiquei uns minutos em silêncio e aí foi minha alma que começou a ficar inquieta...
Perguntei a ela...
O que tens?
Por que se atormenta dentro de mim?
Minha alma respondeu-me:
Estou assim porque você está assim;
Você me faz perguntas, mas não tenho as respostas e sei que isso a faz infeliz...
Você se sente tão pequena, e isso me faz pequena também...
Você queria ser diferente e eu fico triste por você...
Você está tão só, e eu me sinto sem você...
Mais uma vez tornei a ficar em silêncio...
E foi aí que meu coração meio confuso me respondeu...
Estou tão triste... Sinto-me tão pequeno...Estou magoado com você!
Fiquei sem jeito e perguntei...
O que foi que eu te fiz?
Ele respondeu...
Você sofre tanto com as pessoas; preocupa-se com elas, é atenciosa, procura ser prestativa e na maioria das vezes sempre se decepciona...
Você ama e depois sofre e fala que a culpa é minha...
Você espera por algo que não vem e fica triste... Aí você chora e dói em mim...
Preciso de curativos para um coração partido... Curativos bons.
Perguntei ao meu coração;
Como assim bons?
Ele respondeu...
Curativos que estanquem essa sua tristeza, essa sua mágoa, essa sua solidão...
Que estejam com você nos dias frios e nas noites vazias, nos dias de tempestade e nas horas que você se sentir tão só...
Que eles sejam tão grandes que possam envolver seu corpo em um abraço cheio de ternura e que você se sinta segura e amparada...
Curativos que te façam sentir o quanto você é especial e amada, mesmo que você nunca tenha sentido esse amor, nem de seus próprios entes familiares ...
Preciso de bons curativos, que não sejam eternos, afinal nada é para sempre, mas que não sejam descartáveis...
Curativos que absorvam esse sofrimento, essa dor...
Essa ferida que não se vê, apenas se sente...
Que sejam fortes, e a prova d’água, para que não se estraguem com suas lágrimas, que sejam macios para poder te fazer carinho nos dias em que você se sentir carente...
Curativos que acima de tudo nunca a decepcione, prometendo coisas que não cumprem...
Curativos companheiros e sinceros que se importem realmente com você...
Não quero pena, quero amor. Amor de verdade.
Preciso que você também se ame e prometa que vai procurar cuidar mais de mim, sou parte de você e se você sofre, eu também sofro...
Queria poder colocar você dentro de mim, secar suas lágrimas, ninar você...
Dizer que tudo vai passar e lhe proteger das decepções da sua vida, afinal você já sofreu tanto que não sei como ainda consigo bater forte em seu peito...
Você é especial...
Pena... Ninguém perceber isso!
Preciso de Curativos para um coração partido...


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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Tentando um novo amor






Para curar uma dor de amor, digam o que quiserem, só conheço um remédio: um amor novinho em folha. Enquanto nosso coração não encontrar outro pretendente, ficaremos cultivando o velho amor, alimentando-o diariamente, sofrendo por ele e, no fundo, bem no fundinho, felizes por ter para quem dedicar nossos ais e nossa insônia. A gente só enterra mesmo o defunto quando outra pessoa surge para ocupar o posto.
Se isso lhe parece uma teoria simplista, toque aqui. É simplista sim. Isso de enterrar o defunto do dia pra noite só funciona quando o defunto era apenas uma paixonite, um entusiasmo, fogo de palha. Porém, se era algo realmente profundo, um sentimento maduro, aí o efeito do novo amor pode revelar-se um belo tiro pela culatra. Ele acabará servindo apenas para dar a você a total certeza de que aquele amor anterior era realmente um bem durável. E a dor voltará redobrada.
Um beijo que deveria inaugurar uma nova fase em sua vida pode trazer à tona lembranças fortes do passado, e nem é preciso comparar os beijos, apenas as sensações provocadas. Quem já vivenciou isso sabe o constrangimento que é beijar alguém e morrer de saudades do antecessor.
Um novo amor pode transformar o que era opaco em transparência: você não sabia exatamente o que sentia pelo ex, se era amor ou não, então surge outra pessoa e você descobre que sim, era amor, caso contrário não sentiria esse abandono, essa perturbação, essa forte impressão de que está fazendo uma tentativa inútil, de que não conseguirá ir adiante.
Mas o que fazer? Encarar uma vida monástica, celibatária? Nada disso. Viva as tentativas inúteis! Uma, duas, três, até que alguma delas consiga superar de vez a inquietação do passado, que venha realmente inaugurar uma nova fase em sua agenda amorosa, que deixe você tranqüilo em relação ao que viveu e ao que deve viver daqui pra frente.

No entanto, quanto mais escrevo, mais me dou conta de que não há fórmula que dê garantia para nossas atitudes, de que não há pessoa neste mundo que não possa nos surpreender, de que tudo o que vivemos são tentativas, e que inútil, inútil mesmo, nenhuma é.

Reverência ao Destino

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer. Ou ter coragem pra fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus". Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só. Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar. E aprender a dar valor somente a quem te ama.
Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência. Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.
Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.

A vida que dá voltas

Depois das grandes tempestades em nossas vidas, às vezes, ao invés da bonança esperada, costumamos fechar a alma para balanço.

E por mais que digamos estar disponíveis ao diálogo, bem no fundo do nosso coração colocamos uma porta.

E esta porta fica tão trancada, que se nós mesmos não a abrirmos, tornar-se-á quase que intransponível.

É como se nossa casa tivesse sido saqueada e o medo de que fosse arrombada de novo não nos deixasse viver sossegados.

Visitantes cadastrados até poderiam chegar ao jardim... mas passar da soleira, quem disse? E ficamos tantas vezes nos perguntando, o porque de ninguém se aproximar muito de nós se pensamos, numa atitude de bloqueio à verdade, que estamos dando espaço para que todos nos visitem.

Fingimos não enxergar o letreiro de “passagem proibida” ou os cadeados enormes que colocamos nos portões e nos muros que erguemos ao redor de nós, porque é duro admitir que temos medo de mais experiências depois que uma, duas, três ou mil delas não deram certo.

Mas se só as pessoas sensíveis enxergam esse bloqueio e elas são cada vez em número menor, as não tão persistentes se afastam, com medo de que soltemos os cães bravos em cima delas e as ponhamos para correr!

Assim acabamos, por comodismo, ficando com as pessoas menos perigosas; com aquelas com quem sabemos que nunca chegaremos a ter envolvimento maior, até porque sua percepção não é tão aguçada para penetrar no nosso interior.

Ficamos com aquelas com quem temos menos afinidade e pouca cumplicidade, principalmente aquela que vem do fundo da alma...

Porque não queremos que ninguém invada a fortaleza inexpugnável dos nossos segredos, onde guardamos as mágoas, os ódios não passados a limpo e os amores mal sucedidos. Não queremos saber de quem nos leia pensamentos e não pretendemos nos prender a nada, embora digamos sempre o contrário...

Embora saibamos que a falta das amarras num porto onde poderemos atracar quando estamos à deriva, pode constituir uma bela teoria de liberdade, mas não nos gratifica, pois o ser humano não nasceu para ficar só.

Nós, hoje, bem ou mal, podemos escolher nossos amores e amigos. E que possamos escolher os melhores, e não os mais cômodos.

E que possamos, também, ter alguns inimigos e, entre os nossos conhecidos, pessoas incompatíveis conosco, porque são eles que nos ajudam a superar os nossos limites e nos botam para frente, nem que seja para que lhes mostremos do que e o quanto somos capazes.

Precisamos ter histórias para contar, sejam elas com finais tristes ou felizes.

Precisamos passar por experiências que nem sempre são gratificantes pois uma existência passada em brancas nuvens , é uma existência sem frutos.

Um dia, talvez, venhamos a entender melhor os mistérios da vida e que, para chegarmos a um determinado ponto, muitas vezes teremos que passar por vários obstáculos.

Talvez entendamos que precisamos nos purificar sofrendo várias provações até conseguir nossos objetivos e receber alguma recompensa.

Algumas doutrinas religiosas e filosóficas tentam explicar porque algumas pessoas sofrem e outras são poupadas e porque alguns de nós encontram suas metades e outros passem a vida inteira a procurá-las.

Mas são explicações que talvez nós leigos, não consigamos facilmente entender.

A única coisa que podemos arriscar, é que nada acontece por acaso... ou será que acontece? Talvez, quando sofremos, estejamos passando por um processo de purificação que nunca será entendido ou aceito por nós enquanto estivermos vivendo a experiência.

Talvez, quando procuramos alguém ou alguma coisa, estejamos nos informando; talvez quando encontramos tanta gente incompatível conosco é porque, de alguma maneira, somos ou fomos as pessoas determinadas a surgir em suas vidas, seja para suportá-la,ajudá-las ou para que, através delas, aprendamos alguma lição importante: da serenidade à perseverança, da paciência à fé.

Mas, por mais que apanhemos, que nos escondamos para fugirmos da vida, de nós mesmos, dos machucados e rejeições, tudo passa. O desespero nunca foi solução para nada pois, afinal, não há bem que nunca acabe e nem mal que sempre dure.

A vida sempre seguirá dando voltas.

Tomara que saibamos aproveitar as ascensões para levantar quem estiver próximo de nós e as quedas para aprendermos a ser humildes.